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O lado sombrio da Liderança - Liderança Destrutiva




Os nossos estudos e as nossas práticas de desenvolvimento de líderes são voltados para a construção de comportamentos dentro dos conceitos da liderança construtiva, como as lideranças transformacionais, servidoras e positivas. Contudo, não podemos negligenciar a existência das lideranças destrutivas, que ainda têm forte atuação nas organizações.


A maior parte dos estudos sobre o fenômeno da liderança e os cursos de líderes que encontramos estão voltados para os estilos de lideranças construtivas, como, por exemplo, os conceitos de liderança transformacional, servidora, ética e positiva.


Nós, aqui da FAMA Desenvolvimento Humano, somos especialistas no desenvolvimento de líderes e na formação de novos líderes. Acreditamos que líderes construtivos são mais capazes de engajar suas equipes para o atingimento dos resultados. Porém, sabemos que existem, ainda, muitas práticas de liderança que não são tão construtivas e nos esforçamos para mudar essa realidade nas organizações.


Quando vemos isso nas nossas prática e vamos estudar para entendermos mais sobre esse fenômeno, nos deparamos com alguns autores que dizem que a liderança destrutiva (ou negativa) é a ausência de liderança. Ou seja, líderes negativos não são líderes verdadeiramente.


Entretanto, se formos analisar os aspectos destrutivos da liderança, nos depararemos com comportamentos que nos indicam que esse estilo de liderança vai muito além do que uma simples ausência de liderança.


Um estudo realizado por Aasland, Skogstad, Notelaers, Nielsen e Einarsen (2010) com uma amostra de trabalhadores noruegueses, revelou que a prevalência de comportamentos de Liderança Destrutiva situava-se entre os 33,5% e os 61%, mostrando que este tipo de comportamentos por parte dos líderes é mais regra do que exceção.


Mas o que é a Liderança Destrutiva?


O fenômeno da Liderança Destrutiva, segundo os estudos científicos, está presente em quase todas as organizações e, em algum momento, os trabalhadores experenciarão esse tipo de liderança. A Liderança Destrutiva pode ser conceituada como "o comportamento sistemático e repetitivo de um líder, supervisor ou gestor, que viola o interesse da organização ao sabotar os objetivos, tarefas, recursos e eficácia da organização ou a motivação, bem-estar ou satisfação dos seus subordinados".

Ou seja, um líder destrutivo pode ser negativo tanto para as organizações quanto para os seus liderados.


Os líderes destrutivos apresentam uma série de comportamentos e características que ajudam a compôr o conceito de Liderança Destrutiva, como: agir de forma hostil com os subordinados; ter um comportamento irritante e inconsistente; incapacidade de ouvir os outros; incapacidade de delegar e priorizar; ter favoritos e agir de forma diferente com os outros; obsessão de controlar tudo e todos; incapacidade de desenvolver e motivar os subordinados, etc.


Entendendo a liderança como um fenômeno construído a partir da relação líder-liderado, é possível ter um olhar de que a liderança negativa não seja apenas um reflexo dos comportamentos dos líderes, mas que também seja reforçada pelos comportamentos de seus liderados/seguidores.


Alguns autores identificaram perfis de liderados que alimentam os comportamentos dos líderes destrutivos, descrevendo-os como:

  • Os Autoritários, que no fundo se identificam com o líder destrutivo e acham que ele tem a legitimidade para agir como age;

  • Os Acólitos, que partilham os mesmos valores que o líder;

  • Os Oportunistas, ambiciosos e maquiavélicos que tentam aproveitar-se para lucrar ao máximo com a situação;

  • Os Espectadores, manipulativos e instrumentais e que ficam a ver o que acontece;

  • Os Almas Perdidas, muito dependentes e com baixa autoestima e que não têm alternativa a seguir o líder.


O que esses estudiosos querem enfatizar é que uma situação de Liderança Destrutiva não é o resultado apenas do líder, mas também dos seguidores que “entram no jogo” e ajudam a formar esse sistema de liderança.

O conceito de Liderança Destrutiva pode ser entendido como um guarda-chuva, tendo em sua constituição outros dois conceitos: A Liderança Maquiavélica e a Liderança Narcisista.


Liderança Maquiavélica O nome de Liderança Maquiavélica deve-se a Nicolau Maquiavel, que era um filósofo e historiador, reconhecido por escrever como o Estado e o Governo realmente eram em sua época, e não como deveriam ser.

Nesse conceito, entende-se que um líder maquiavélico possui determinados traços que, na maioria das vezes, são prejudiciais às organizações e aos subordinados. Os traços maquiavélicos são percebidos como uma estratégia de comportamento social na qual entra em jogo a manipulação em benefício próprio e, geralmente, contra o interesse dos outros.


Para esses líderes, os fins justificam os meios, não necessariamente se importando com o bem-estar de sua equipe ou com a saúde do ambiente organizacional.


Liderança Narcisista

Historicamente o narcisismo tem sido visto como uma característica negativa dos seres humanos, de uma maneira geral. Para entendermos sobre os comportamentos narcisistas, precisamos saber que eles estão fundamentados nas seguintes dimensões:

  • Direito, relativo à exigência de lhe ser observado o respeito que merece;

  • Autoridade, relativo à necessidade de ser o centro das atenções;

  • Arrogância, relativo à convicção de que se é melhor que os outros;

  • Autoadmiração, relativo à necessidade de autorreconhecimento e reconhecimento por parte dos outros acerca das suas capacidades superiores.


Os narcisistas sentem que devem confiar mais em si próprios do que nos outros para terem as suas necessidades atendidas, estando certos que que não podem confiar na lealdade de nenhuma outra pessoa, além deles mesmos.


Propomos, aqui, três tipos de orientações narcisistas: reativos, auto-ilusórios e construtivos.


O líder narcisista reativo pode ser um tirano extremamente exigente. Tende a buscar compôr a sua equipe com bajuladores, pois seu exibicionismo e vaidade precisam ser alimentados constantemente. As ideias e opiniões dos demais serão ignoradas sistematicamente, indo “contra as vontades do patrão”.

Uma forte tendência maquiavélica perpassa todas essas situações: no objetivo de avançar, o líder não se importa de ferir e/ou explorar os outros.

O líder narcisista reativo é o mais desprovido de empatia, ignorando completamente as necessidades de seus liderados subordinados e de seus pares, reservando sua atenção exclusivamente a seus interesses.


O líder narcisista auto-ilusório tem muitas semelhanças com o líder narcisista reativo, porém esses traços são menos evidentes nas situações de liderança. Eles se preocupam mais com seus liderados do que os líderes da categoria anterior, sendo mais receptivos às opiniões diferentes das suas e tendem a não explorar os outros tanto quanto os narcisistas reativos. Apresentam, ainda, uma grande insegurança e uma profunda necessidade de serem amados.

Os líderes dessa categoria expressam interesse pelas preocupações de seus liderados, porém essa preocupação vem do desejo de ser simpático e aceito, e não por, de fato, interessar-se por seus liderados.

Esses líderes sentem grande ansiedade nas tomadas de decisão e, por serem inseguros, podem paralisar e bloquear as ações, comprometendo os resultados da equipe e das organizações.


O líder narcisista construtivo não ignora a manipulação e não estão acima de atos ocasionais de oportunismo. Mas, em geral, esses líderes se saem bem com seus liderados. São bastante confiantes em sua capacidade e são bastante orientados em direção ao trabalho e aos objetivos a alcançar. Apresentam, às vezes, falta de calor humano e falta de consideração pelos demais.

Comparado aos outros dois tipos de líderes narcisistas, o construtivo é o que menos traz problemas para as organizações. Mesmo gostando de ser admirados, os líderes construtivos têm uma visão realista de suas capacidades e limites. Apresentam uma atitude de partilhamento e reconhecem as competências dos outros. Os líderes construtivos escutam e apreciam as opiniões de seus subordinados, mas tendem em assumir as conquistas do grupo apenas para si.


A liderança é um fenômeno que tem se tornado, cada vez mais, percebido como um fator de sucesso ou de fracasso das organizações. É necessário que estejamos atentos aos sinais de liderança destrutiva para que possamos agir para o desenvolvimento desses profissionais, no sentido de torná-los mais positivos para as empresas e para as suas equipes.


Se você quer desenvolver ainda mais as suas habilidades e competências de liderança ou quer se preparar para assumir essa posição, conheça o The Dream Leader, um curso de líderes inspirado na metodologia Disney de Liderança. A formação é baseada nos conceitos de lideranças construtivas, apresentando modelos e ferramentas de liderança para que você possa praticar com suas equipes imediatamente.


Conta aqui nos comentários o que você achou desse artigo. Ficaremos muito contentes com a sua contribuição.

 



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